A arte de contar histórias não está presente somente nos livros ou em desenhos animados. Como veremos a seguir, uma frase bem formulada, assim como uma história bem contada, podem prender a nossa atenção por horas a fio.
O que não é diferente no mundo dos negócios, onde, diante da concorrência acirrada, precisamos estar em constante desenvolvimento, aprimorando técnicas e desenvolvendo estratégias melhores que as dos nossos concorrentes.
Saber contar uma boa história requer técnica, além do mais, queremos prender a atenção dos nossos espectadores e fazer um belo show, por esse e outros motivos precisamos estar constantemente antenados às tendências do mercado e aprimorar nossas técnicas.
Não é todo mundo que sabe contar uma boa história, porém, bons contadores de história não surgem de uma hora pra outra, por isso, preste bastante atenção no que trouxemos para você neste artigo, pois é aqui que você irá, de uma vez por todas, aprender mais sobre a arte por trás de um bom Storytelling, além de saber como isso poderá te ajudar no processo de vendas e gerar bons resultados.
- O que é o Storytelling?
- Os 3 elementos do Storytelling
- Quais as vantagens de usar storytelling em vendas?
- Formas de conteúdo para storytelling
- Como criar um storytelling
- Modelos famosos de storytelling
- 5 exemplos de storytelling para se inspirar
O que é o Storytelling?
Storytelling é um termo em inglês que se refere à narrativa. “Story” significa história, enquanto “telling” significa contar, o que se trata de mais do que uma narrativa, onde Storytelling é a arte de expressar emoções e sentimentos usando técnicas inspiradas em roteiristas e escritores para transmitir mensagens inesquecíveis.
Storytelling é a habilidade para contar histórias com base em enredos elaborados e narrativas envolventes, utilizando elementos e recursos audiovisuais para se complementar.
É tida como uma técnica de caráter persuasivo, o que ajudará na promoção do seu negócio e nas vendas dos seus serviços indiretamente, normalmente é aplicada em produções de conteúdos, vendas e até em consultorias.
Os 3 elementos do Storytelling
Narrar um fato, assim como contar uma história, não é um processo que se tenha um tutorial extremamente detalhado para nos ensinar como fazê-lo, porém existem elementos que estão sempre presentes e aos quais podemos nos atentar para nos ajudar a desenvolver bons conteúdos para os nossos projetos. Sendo eles:
Técnicas narrativas
Ao nos referirmos às técnicas narrativas precisamos nos lembrar que elas remetem a mensagem e a forma que essa mensagem é transmitida, então precisamos determinar a forma que essa história será contada (terceira pessoa, flashback etc).
Quando nos deparamos com o processo de criação, precisamos pensar em uma narrativa envolvente e pensar na melhor forma para atrair atenção, por isso se colocar no lugar de quem está lendo é bem importante.
Você se sentiria atraído pelo que escreveu?
Obviamente, nem todas as histórias são fortes e impactantes o suficiente, assim como nem todas as formas que você defina para contar essas histórias serão envolventes, mas não precisa se preocupar, caso você tenha uma mensagem forte, porém não consiga determinar a melhor forma de disseminar essa mensagem, você ainda pode ter algum efeito para com seu público-alvo.
Mas, caso a sua mensagem seja fraca, independente da forma que você tente transmiti-la, você não conseguirá gerar surtir o efeito desejado no seu público.
Você precisa sempre se lembrar que ideias podem transformar vidas, por isso o que você escreve e a forma que você passa essa informação é muito importante.
Existem muitos textos e histórias empolgantes, porém existem poucas histórias que ficam permanentemente gravadas em nossas memórias.
Conteúdo narrativo
O conteúdo narrativo é muito importante no desenvolvimento das nossas ideias, ele pode remeter ao que temos de mais importante em nós mesmos e despertar sentimentos diferentes em cada pessoa, sendo esse o recheio do nosso bolo.
Ao falarmos em vendas, muitas pessoas se prendem emocionalmente em determinados produtos ou situações, então precisamos saber identificar a melhor forma de abordar essas pessoas e com isso desenvolver textos inspiradores, que despertam sentimentos positivos nessa pessoa, tornando suas ideias e textos memoráveis de formas diferentes para cada indivíduo.
Fluidez
Além das técnicas narrativas e dos conteúdos narrativos, respeitar a fluidez de um texto é muito importante, onde o mesmo precisa ter um começo, meio e fim, assim como as histórias que lemos nos livros.
Você precisa contextualizar suas ideias e uni-las em um conteúdo que realmente faça sentido para quem está lendo, respeitando cada estágio da produção e dos sentimentos a serem transmitidos, prezando sempre pela calma, para não se apressar e escrever algo que não faça nenhum sentido e acabe provocando emoções negativas no seu público.
Fluidez vem daquilo que flui, tendo espontaneidade e naturalidade, então tome muito cuidado para não se embaralhar na escrita e se perder em suas ideias, separe os pontos chave da história e não pule passos durante a produção.
Quais as vantagens de usar storytelling em vendas?
Ao contar boas histórias e transmitir mensagens envolventes você pode ter a certeza de que está produzindo conteúdos únicos, mesmo que sejam temas desgastados do cotidiano ou um assunto que ninguém mais presta atenção. Você precisa ter em mente que o seu conteúdo precisa ser único, algo seu e que mostre o que você é e o que pode oferecer.
Desperta a curiosidade
Hoje em dia podemos esquecer aquele velho ditado de que “a curiosidade matou o gato”, pois posso afirmar que a curiosidade é o que nos move e o que nos leva por caminhos que nunca nos imaginamos capazes de explorar.
Se não fôssemos curiosos, os experimentos científicos não teriam salvado vidas, assim como a parte que conhecemos do universo seria um total breu, por isso, despertar a curiosidade do leitor é uma virtude que poucos escritores e roteiristas conseguem fazer atualmente.
Assim como citamos anteriormente, enredos envolventes nos conectam com a história de formas inimagináveis, por isso, use e abuse de um storytelling na hora de elaborar as suas estratégias de vendas, desperte a curiosidade do seu público de uma forma indireta, atraindo ele por meio de conteúdos únicos e que, de fato, farão a diferença diante dos seus concorrentes.
Storytelling com dados normalmente surtem um bom efeito nas pessoas pois, mesmo que sejamos seres curiosos, fatos e informações que comprovem ideias são muito bem aceitos pela sociedade.
Gera identificação
O que mais buscamos no nosso dia a dia é termos algo/alguém com quem nos identificar. Em nossas vidas particulares sempre estamos em busca de uma música, um livro, uma comida ou uma pessoa que nos desperte esse sentimento de pertencimento, o que não é diferente na hora de fazer um storytelling.
Se identificar com algo gera gatilhos mentais que te atraem constantemente para aquilo e pessoas que estão muito conectadas sentimentalmente com determinado produto/serviço tem reações diferentes das outras pessoas.
Contar uma história única e envolvente faz com que as pessoas se identifiquem, mesmo que com uma palavra, frase ou situação, por isso é sempre bom ter isso em mente.
Uma história é mais fácil de ser lembrada
Você com certeza se lembra de algo que aconteceu durante a sua infância, podendo ser muito engraçado, constrangedor, ou até mesmo emocionante, e você provavelmente nunca vai se esquecer disso porque é algo que ficou gravado na sua memória, assim como os contos de fadas que ouvíamos quando éramos crianças.
Todo mundo se lembra da história da Branca de Neve, certo? Assim como dos fatos que levam a jovem a ter que ser despertada pelo príncipe encantado. Mesmo que se passem anos, você sempre vai se lembrar dessa história.
Por isso histórias são mais fáceis de serem lembradas, elas carregam lições de vida, enredos e personagens marcantes, textos envolventes e situações inesperadas, usam e abusam de elementos visuais e audiovisuais que ficam marcados em nossas memórias por muito tempo.
Conexão entre os lados emocional e racional
Ao fazer ou ver um storytelling, podemos conectar o nosso lado emocional e o nosso lado racional, onde mesmo sabendo que se trata de uma história, existem fatos reais nela, que podem despertar ações e padrões em cada pessoa.
Essa é uma das vantagens dessa arte, unir aquilo que achamos precisar àquilo que realmente precisamos, como, por exemplo, constatarmos que precisamos comprar determinada coisa, mas deixar que essa compra se prorrogue por não ser algo realmente necessário.
O envolvimento que temos ao nos depararmos com um storytelling nos leva a unir o emocional ligado àquela necessidade até a realidade racional do que aquilo é, influenciando em vendas e prospecção de clientes.
São as emoções que levam às compras
Nossas emoções estão estritamente ligadas às nossas necessidades, nos influenciando em compras, contratações, vendas etc.
O storytelling influencia uma pessoa com base nas emoções que ele desperta. Se, ao ler o seu texto, alguém se identificar e se apegar emocionalmente a determinado fato, uma pessoa pode sim ser levada a comprar o seu produto, assim como a recomendá-lo para conhecidos que estejam passando pelas mesmas situações.
Então é muito importante se atentar às emoções as quais você quer transmitir. Despertando o sentimento adequado, você pode, além de deixar aquilo marcado em seu cliente por um bom tempo, despertar uma necessidade de compra que ele possivelmente nem sabia que tinha.
Saiba manipular as palavras e deixe que suas ideias fluam pelo seu projeto. É sempre bom ter e abusar da criatividade, portanto, se você transmitir com clareza informações agradáveis e envolventes, mostrando aos seus clientes quem você é e o que você quer, se aproximar e conquistar um espaço na sua memória vai ser o seu diferencial dentre os seus concorrentes.
Formas de conteúdo para storytelling
Um dos primeiros passos a serem tomados na produção do seu storytelling é a abordagem que você usará para se conectar ao seu público, sendo ela, na maioria das vezes, um fator fundamental e determinante para o sucesso da sua narrativa.
Toda história precisa de um objetivo, um ponto de onde queremos sair até outro onde queremos chegar, além, é claro, de um interesse em comum que explique a sua divulgação. Porque essa história está sendo contada e qual a sua finalidade?
Existem diversas maneiras para que uma história seja narrada, e sabemos o quão abrangente esse ponto pode ser, por isso, confira os tipos de conteúdos para que você possa explorar e conseguir desenvolver o seu storytelling, sendo eles:
Informativo
Um storytelling informativo sai completamente da zona de narrações e descrições técnicas, normalmente sendo focado nos tutoriais baseados em experiências práticas.
Um bom exemplo de um storytelling informativo são vídeos de passo a passo, onde uma pessoa explica a forma correta de utilizar determinados produtos, como também um unboxing, onde um especialista/consumidor relata a sua experiência com determinado produto e ao mesmo tempo mostra como usá-lo.
Lembre-se de que se a sua intenção é seguir pelo caminho de um conteúdo mais informativo, você não pode utilizar uma história que desperte emoções profundas em seu público, já que a intenção desse tipo de conteúdo é, na verdade, transmitir informações relevantes e úteis.
Serviço
O marketing de conteúdo é o processo de criar, promover e publicar conteúdos personalizados para seus clientes. Essa é uma área do marketing que parte pela formação de determinados públicos voltados para a criação e compartilhamento de conteúdos.
Um de seus focos é educar as pessoas sobre determinados produtos, sempre transmitindo informações que sejam relevantes para as mesmas.
Portanto, todo e qualquer artigo, vídeo, podcast, publicação etc., que tenham como objetivo primário o ensinamento de algo, é considerado uma prestação de serviço, tendo sempre uma narrativa própria e sem pontos de vista, como um manual de instruções.
Comunicação
Trabalhar com emoções é sempre um caminho arriscado a se seguir e devemos pensar muito bem no que utilizar como ponto atrativo para nosso público-alvo.
Precisamos sempre prezar por despertar sentimentos bons nas pessoas, isso fará com que elas se identifiquem com a sua marca e optem por ela muito antes de considerar seus concorrentes já que a ligação sentimental com você foi tão forte.
Os conteúdos voltados para a comunicação normalmente partem para caminhos ligados às emoções, onde, grandes marcas atrelam suas campanhas e histórias a causas sociais e ambientais, despertando um senso comunitário e solidário em seu público, o que é uma boa estratégia quando pensamos na melhor forma de nos conectar a outras pessoas, despertando pontos em comum.
Entretenimento
Ao nos depararmos com um enredo que seja emocionante, divertido ou que cause um turbilhão de sentimentos, podemos considerar que seja parte do ramo do entretenimento.
O entretenimento não está ligado apenas à filmes ou peças teatrais, ele nasce de histórias que são contadas para entreter e divertir pessoas, até mesmo fazendo-as se emocionar.
As vendas e o ato de entreter estão extremamente conectados, como, por exemplo, em programas de tv, onde os apresentadores, de certa forma, vendem seus produtos ao mesmo tempo em que oferecem entretenimento para seu público.
Um outro exemplo são shows ou cinemas que vendem um serviço e produtos, ao mesmo tempo em que proporcionam diversão às pessoas.
Como criar um storytelling
Escrever uma boa história não é um processo muito fácil; existem muitas vertentes que devem ser trabalhadas e, ainda assim, caso não haja uma conexão entre a sua história e o seu público, existe a possibilidade de que você não consiga alcançar os seus objetivos.
Mas não precisa se preocupar pois preparamos um compilado de dicas incríveis para te ajudar nessa criação. Você está preparado?
Conheça bem o seu público-alvo
Pois bem, antes de tudo você precisa conhecer muito bem o seu público-alvo. Precisa saber os melhores meios para se conectar a essas pessoas, além de precisar saber o que elas buscam, para que você possa desenvolver conteúdos que sejam de fato relevantes e que gerem curiosidade nessas pessoas.
Busque, pesquise, leia, saia nas ruas perguntando e coletando informações, faça uma lista ou um documento, independente da forma que você vá trabalhar esse compilado de informações, o importante é você saber quem são as pessoas que você quer se conectar, saber do que elas gostam, do que precisam, do que acham que precisam e até do que acham que não precisam.
Sabendo por quem você busca, você vai conseguir definir a melhor forma de desenvolver o seu conteúdo e trabalhar em sua narrativa, além de conseguir determinar por quais meios você vai querer passar essas informações.
Desenvolva a personalidade da sua empresa
Criar uma persona para a sua empresa não só ajuda na hora de desenvolver um storytelling como auxilia em diversos outros pontos do marketing e das vendas. Tendo uma personalidade para a sua empresa você consegue definir diversos pontos do processo de criação de conteúdos com mais facilidade.
Além de te ajudar internamente nos processos e planejamentos, construir uma personalidade para a sua empresa aproxima a sua relação com seus clientes, gerando identificação, além de ajudá-los a saber quem realmente é você, o que você faz, o que pretende fazer, quais seus pontos fortes e objetivos futuros.
Quando você conhece alguém, criar uma relação sentimental e confiança se torna muito mais fácil, você se aproxima e cria um vínculo especial, e é isso o que queremos, não é?
Somente focar em vendas e objetivos relacionados ao lucro não é e nem deve ser o foco de qualquer empresa, você precisa criar conexões e relacionamentos, assim, ao invés de gerar uma única venda para determinada pessoa, você pode gerar mais de uma venda para uma mesma pessoa.
Nunca se esqueça, se conectar com seus clientes e prezar por uma boa experiência, seja antes, durante ou após a compra, pode fazer com que esse cliente recomende a sua empresa para amigos, familiares ou conhecidos, e isso sempre foi, como também sempre será uma boa propaganda para a sua marca.
Provoque curiosidade
Você com certeza já deve ter comprado algum produto que tenha despertado a sua curiosidade ou que alguém tenha despertado em você, seja uma coisa que te beneficie no dia a dia ou então algo completamente aleatório que você só comprou por comprar.
Vemos muito isso de trabalhar com a curiosidade em empresas alimentícias ou na própria indústria do entretenimento, onde você desperta sentimentos positivos nas pessoas e as faz ficar intrigadas com algo.
Trabalhe bem a forma que você vai utilizar as palavras na criação do seu storytelling, posicione-as bem e faça com que tenham sentido, sempre deixando uma pergunta não respondida ou uma informação persuasiva que leve a pessoa a comprar o seu produto só pra saber se o que você está dizendo é verdade.
Outra dica, nunca se esqueça dos gatilhos mentais, que são uma parte muito importante do processo de venda. Sabendo como disseminar informações que mexa com essa parte das pessoas e tendo um texto forte e que realmente faça sentido, você com certeza vai conseguir criar conexões com seu público-alvo.
Busque gerar emoções
Apesar de sempre queremos ser pessoas racionais e objetivas, nem sempre controlar nossos sentimentos é tão fácil quanto esperado, portanto, na maioria de nossas decisões do dia a dia nos deixamos ser controlados por emoções.
As emoções são, provavelmente, a parte mais bonita que carregamos conosco, além do mais, nos emocionamos ao ver uma história bonita em um filme, ao ouvir uma música que expresse nossos sentimentos ou até em uma peça comovente no teatro.
Seja no ato de tomar café da manhã ou naqueles segundos antes de pegarmos no sono, nossas emoções sempre estão presentes, despertando sensações positivas e negativas que transparecem em nosso físico.
Por isso, ao criar uma boa história você precisa estar atento, não somente as suas emoções, mas também nas emoções que você irá despertar nas outras pessoas, seja por relatar uma situação cotidiana de um escritório, ou uma situação social muito presente na sociedade.
Muitas pessoas se ligam emocionalmente a diversas questões do dia a dia, assim como a diversas histórias e problemas, e faz parte do processo de vendas saber identificar as emoções de seus clientes para, assim, conseguir determinar a melhor forma de se relacionar com eles.
Tenha um propósito bem claro
Criar uma história apenas por criar não é um caminho muito inteligente para se seguir, além do mais, se você não tiver um propósito muito claro em mente, será muito difícil se conectar com seu público ou até despertar qualquer tipo de sentimento neles além de frustração.
Para contar uma história você tem que ter um objetivo, um ponto para se focar. Você não escreve um artigo sobre gerar leads ou vendas sem um objetivo específico, a sua intenção ao escrever um artigo é ajudar as pessoas que não estão conseguindo vender ou gerar leads, certo?
Assim como um escritor não só coloca suas ideias em algumas páginas e conquista os melhores rankings da indústria literária, sua intenção é criar uma história que relata fatos, conte histórias/contos, uma história que desperte sentimentos e lições de moral.
Crie a sua história com um motivo evidente, não apenas ideias mal desenvolvidas jogadas todas em um bloco de notas. Crie suas histórias por um motivo.
Mantenha o foco
Uma das grandes dificuldades que podemos encontrar durante a estruturação de uma história é o famoso termo “viajar na maionese”, o que pode nos prejudicar muito no decorrer do caminho.
Tenha em mente o motivo pelo qual você quer criar a sua história. Determine por onde você quer que a sua história comece e qual vai ser o seu fim. Tendo em mente esses dois pontos, desenvolver o conteúdo narrativo, que é o recheio do bolo, se torna mais fácil.
Simples, você quer que sua história comece em um escritório no centro da cidade, narrando a história de um jovem vendedor da mesma forma que quer que a sua história termine com esse mesmo jovem vendedor conseguindo conquistar seus objetivos de carreira.
Manter o foco é muito importante, assim você não tenta encaixar ideias malucas e sem sentido em sua produção, você consegue otimizar o seu tempo e colocar no papel as suas ideias de uma forma que faça sentido, mantendo a espontaneidade e fazendo da sua história um texto fluido e coeso.
Modelos famosos de storytelling
Nós entendemos que nem todo mundo consegue ser criativo o tempo todo. Existem bloqueios que não conseguimos conter ou, na maioria das vezes, ultrapassar. Por isso trouxemos dois modelos famosos de storytelling que vão te ajudar na hora de criar o seu.
Você com certeza já conheceu uma pessoa que não gostasse de ouvir, ler ou assistir histórias, porém, seja em filmes, livros ou podcasts, o ser humano se encanta e se envolve por boas narrativas de uma forma ou de outra.
Jornada do herói
A jornada do herói é o modelo de Joseph Campbell, apresentado no livro “O Herói de Mil Faces”. Também chamada de Monomito, ela se resume em identificar padrões narrativos em histórias famosas.
Temos como a primeira fase da jornada o mundo comum, que é o ponto onde somos apresentados ao herói – o protagonista – e o seu mundo.
Na segunda fase nos deparamos com o chamado para aventura, que é o momento onde o conflito é apresentado ao herói.
A terceira fase refere-se à recusa do chamado, que é onde o protagonista se depara em conflito, tendo que lidar com os seus desejos e necessidades, onde, inicialmente, ele acaba escolhendo permanecer na zona de conforto da sua atual realidade.
A quarta fase da jornada do herói relata o encontro com o mentor, que é quando determinada situação ou pessoa se apresenta ao herói para instruí-lo a agir, normalmente pode se tratar de um mentor, um evento ou algo aleatório.
A quinta fase é a travessia para o novo mundo, onde o protagonista decide seguir a sua jornada e deixa para trás o seu mundo comum.
A sexta fase tem como foco os testes, os aliados e os inimigos. Nessa parte da história o herói encontra novos aliados e inimigos e, ao se deparar com seus novos desafios, ele aprende as regras de sua nova realidade.
A sétima fase é a aproximação, onde o primeiro desafio do protagonista é superado.
A oitava fase se refere a provação traumática, momento em que o protagonista encara os problemas com maior impacto em toda a sua história e pode, de fato, ser levado ao fundo do poço antes de superar a situação.
A nona fase é a recompensa, onde, após o protagonista ter vencido seus problemas, ele receberá sua recompensa por ter lidado com seus medos e novas descobertas. Normalmente, a mensagem transmitida se refere à recompensa.
A décima fase é o caminho de volta, onde se inicia o processo de retorno do herói para a sua antiga realidade.
A décima primeira fase se trata da ressurreição do herói, onde surge um novo obstáculo e o protagonista é novamente testado, agora, ele precisa utilizar a sua recompensa para conseguir superar o desafio.
E, por fim, mas não menos importante, temos a décima segunda fase que se trata do retorno com o elixir. Fase marcada quando o herói, agora diferente do que era antes, retorna para a sua realidade e está disposto a mudar o modo com que todos ao seu redor vivem com a recompensa conquistada: o elixir.
Ainda que Joseph Campbell tenha relatado que ao passar por cada uma dessas fases você, definitivamente, terá uma história completa, não precisamos seguir exatamente por esse caminho, podendo adaptar nossas histórias conforme a nossa criatividade exigir e conforme as nossas necessidades no momento de criação.
O modelo Pixar
Outro modelo muito utilizado nas histórias famosas que conhecemos é o modelo Pixar, responsável por diversos destaques do cinema como Toy Story, Procurando Nemo e Monstros S.A. e, claro, podemos notar a forma magistral que a Pixar estrutura suas histórias que, mesmo sendo bem simples, ainda conquistam um grande espaço em nossa memória e em nossos corações.
A primeira fase do modelo Pixar tem como foco a apresentação. Esse ponto é o ponto inicial de todas as histórias que conhecemos, normalmente iniciadas pelo típico “era uma vez” e por assim em diante.
Na fase da apresentação somos apresentados aos personagens e ao seu mundo, conhecendo sua rotina e hábitos até que nos deparamos com uma situação que inicia o momento de conflito.
Por fim, temos o conflito.
A segunda fase é marcada pela jornada, onde, devido ao conflito da fase anterior, teremos uma série de outras situações e acontecimentos que se tornam obstáculos para o protagonista e, por causa de cada conflito, nos deparamos com um novo até finalmente chegarmos ao conflito final.
No processo da jornada podemos acompanhar as transformações que ocorrem ao personagem principal, que costuma chegar no mais profundo vazio até que se recupere para enfim conseguir lidar com o conflito.
A terceira fase tem como destaque a mudança, onde somos reapresentados aos personagens iniciais em sua nova rotina, agora completamente diferentes devido a resolução de seus conflitos.
Com base nessa mudança de hábitos e comportamentos, a mensagem especial que a história traz consigo é transmitida ao público, assim, nos emocionando, impactando e até causando situação de identificação de sua audiência para com os personagens da trama.
O que achou desses dois modelos? São formas fáceis de desenvolver histórias, divididas por fases, o que ajuda na hora de colocarmos em prática nossas ideias, nos ajudando a manter visível nosso objetivo e foco.
Agora, para te ajudar a se inspirar um pouco e com isso desenvolver histórias surpreendentes e envolventes, trago a vocês:
5 exemplos de storytelling para se inspirar
Always: Like a girl
Uma das campanhas mais famosas da empresa Always é aquela em que desconstruímos a maioria dos comerciais de absorvente, onde é questionada a forma como as mulheres realmente são vistas pela sociedade.
Além de surpreendente, ela conta com elementos que transmitem a veracidade das informações para nos emocionar e gerar reflexões, tudo isso sem esquecer de associar a mensagem à marca.
Spotify: Goals 2018
Além das emoções, trabalhar e manipular dados em campanhas é um processo que gera resultados, podemos observar isso por meio da campanha do Spotify que, em uma campanha de encerramento de 2017, realizou uma das suas maiores propagandas do ano, apresentando resoluções de ano novo muito humoradas e com seus principais destaques da música.
A empresa de streaming de música utilizou dados para contar histórias de seus usuários e mostrar seu otimismo para o próximo ano, recrutando diversos artistas do mundo e utilizando marketing out of home e digital para se conectar com seus usuários.
Os projetos desenvolvidos pela empresa foram colocados em locais inesperados no início de dezembro, surpreendendo seus usuários e demais pessoas pelo mundo.
Dove: Retratos da beleza
Em uma de suas campanhas, a Dove pediu para que algumas pessoas se apresentassem para um artista. Ele, por sua vez, expressava em seus desenhos de forma minuciosa o que lhe estava sendo descrito.
Os principais pontos mencionados pelas pessoas eram suas marcas de expressões e marcas na pele, como rugas, pintas, entre outros elementos que representavam fisicamente o seu exterior.
Em uma segunda parte do processo dinâmico, foi solicitado que essas mesmas pessoas descrevessem outras pessoas que estavam naquele grupo, onde, a comparação dos dois desenhos mostrava a forma que essas pessoas se viam e a forma que viam umas às outras.
O intuito dessa campanha foi elevar a auto estima do seu público, mostrando a essas pessoas que precisavam se amar mais. A experiência foi transformada em um vídeo que, obviamente, viralizou e teve uma repercussão absurda por sua mensagem final.
J.J. Abrams: A caixa misteriosa
Existem muitas formas de se olhar para o trabalho de escritores, sejam eles literários, publicitários ou amadores. A escrita é uma arte complexa e cheia de estruturas, segredos e técnicas e uma forma simples de conseguirmos alcançar níveis de controle sobre isso é através do estudo e do conhecimento criativo de quem admiramos.
J.J. Abrams é um dos homens mais respeitados no universo da contação de histórias, fascinado por como as coisas são feitas e como funcionam. O mesmo atribui a sua narrativa a um conceito de caixa de mistérios, pensando dessa forma, fica mais fácil entender de onde vem tantas perguntas e mistérios.
A principal estratégia por trás da mystery box é o mistério, mas não se trata de um mistério qualquer, ele tem o seu foco em fisgar a audiência. Se refere àquele tipo de pergunta que gera comoção e ansiedade para se ter uma resposta a respeito. O conceito dessa técnica é simplesmente criar uma demanda de perguntas do público e a partir delas você escolhe uma preferida.
Portanto, criar um storytelling com base em uma mystery box é simplesmente criar perguntas, onde nem sempre tem as respostas para elas, e deixar que o seu público crie teorias e respostas para esses mistérios, gerando curiosidade e debate entre as pessoas.
Interessante, não é mesmo?
Heineken: Mulheres também curtem futebol
No princípio, a história tem como foco homens sendo abordados e secretamente convidados para assistir a final da liga em um evento da Heineken, onde, para que isso fosse possível, os homens teriam de convencer suas namoradas/esposas a irem para um SPA.
Apesar de ser um convite irrecusável e compensador para suas companheiras, no dia do jogo os homens descobrem que elas não foram para o SPA, mas sim para assistirem ao jogo ao vivo, em Milão.
A campanha, que teve o nome de “The Cliché”, se diverte com o tabu sobre as pessoas que acreditam que mulheres não têm interesse em futebol.
Concluindo, o desenvolvimento de um storytelling de sucesso requer muito mais do que um bom texto e uma boa forma de divulgação, precisamos de um enredo envolvente e cativante que desperte emoções e curiosidade, que gere identificação e que fique preso em nossa memória por dias, meses ou até anos.
Saber contar histórias, todo mundo sabe, mas são poucas as pessoas que realmente fazem com que essas histórias fiquem gravadas em nossas memórias e em nossos corações.
Agora me diz, você está preparado para fazer parte dessas poucas pessoas que realmente nos cativam com suas histórias inesquecíveis?